quarta-feira, 13 de abril de 2016

Uma estrada


     Hoje  à  tarde  eu  andava  pela  região  de  Piccadilly Circus - próximo do número 3 da Savile Row, onde fica o edifício em cujo topo os Beatles fizeram sua última apresentação -, quando uma repórter de televisão me parou e me perguntou qual de suas canções é a minha preferida e por que. Embora eu tenha todo um rol de favoritas, canções eternas como "She's leaving home", "Here, there and everywhere", "Penny Lane" ou "Here comes the sun", não pensei duas vezes para responder: "The long and winding road" é a minha preferida. E o motivo, a perfeita conjunção entre delicadeza da música e a poesia da letra, além da comoção que ela sempre me provoca. 
     Uma  vez  o  americano  Ray  Charles,  que  também  a gravou, disse que "The long and winding road" sempre o fazia chorar. Quando a ouço, sinto também uma ponta de tristeza. Agora mesmo, diante do computador, ouço-a em diversas gravações. Inundado de beleza e com um nozinho na garganta, penso em tudo o que está neste momento entre mim e essa longa e sinuosa estrada, desejando também eu percorrê-la ao encontro do que realmente importa nesta vida.

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