quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Uma aventura na floresta


     Estamos  caminhando  para  o  fim  do  verão.  Ventos  já começam a soprar, trazendo um friozinho insinuante, e daqui para frente a garoa fininha que é uma das marcas da cidade vai começar a cair com mais frequência. Há alguns dias, quando estava no norte do país, aluguei uma mountain bike e fui passear por trilhas numa floresta típica daqui, com árvores muito altas e vegetação pouco densa. Na ocasião, começou a chover, o que fez com que a aventura se tornasse relativamente perigosa. Mas fui prudente e tomei cuidado, pois o fim da tarde já se aproximava, e eu estava com receio de escurecer rapidamente. Além disso, como não havia quase ninguém no local, fiquei preocupado com a possibilidade de me perder e ter muita dificuldade para encontrar o caminho de volta para a casa onde estava hospedado. Na ocasião pensei em você, que gosta dessas coisas. Lembra-se de nossos passeios na chuva pelos bairros de Divinópolis, em lugares onde jogávamos futebol na lama, subíamos barrancos escorregadios ou lutávamos sobre a terra vermelha, voltando para casa em grande sujeira? Então minha mãe e sua avó ralhava conosco e nos mandava passar diretamente para o banheiro, para um banho quente e bem esfregado.

sábado, 24 de setembro de 2016

Um menino sublime


     Quando  caminho  pela  cidade,  gosto  de  reparar nessas placas que marcam casas onde moraram grandes personalidades que viveram em Londres. Nesta, que fica em Belgravia, do outro lado do rio, morou  uma das maiores figuras que a humanidade já produziu e ali ele compôs sua primeira sinfonia aos oito anos. Aos oitos anos! Não é incrível? Se o homem é um animal que está entre o que há de mais sublime e o que há de mais bestial neste mundo, participando de ambos, alguns de nós tendem muito para um dos lados, tal como o augusto menino de Salzburgo.
     Seria  muito  bom  se  nossas  cidades  também reverenciassem assim os grandes homens e as grandes mulheres que nelas viveram. Pelo que sei, apenas o Rio de Janeiro faz isso um pouco. Mas algo assim já toca as raias da utopia num país cujo Estado ainda é tão precário, cujo sistema de educação é tão desastroso e onde tantos homens públicos nos envergonham a cada dia que passa. Fomos nós mesmos, porém, em nossa experiência histórica, que criamos este estado de coisas. Ele pode ser mudado, e podemos trabalhar para que as coisas se transformem, ainda que devagar.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Da religião e seus demônios

     Não  sei  se  ainda  há  aulas  de  Educação  Religiosa  na escola básica nem se você está sendo submetido a essa tortura espiritual. Tive de enfrentar essa aberração quando eu era menino. A tal educação religiosa não passava de um catecismo na doutrina católica do modo mais piegas e enfadonho, pleno do sentimentalismo mais vulgar que se pode imaginar. Não havia sequer um mínimo de consideração pelos alunos que vinham de famílias que praticavam as religiões afro-brasileiras, o protestantismo ou outra qualquer. Olhando retrospectivamente, não tenho dúvida de que aquelas aulas contribuíram não somente para que eu me afastasse do catolicismo como perdesse a fé por volta dos 18 anos. Se Deus é aquele asilo da ignorância, da superstição e do antropomorfismo, melhor mesmo que ele tenha morrido, como anunciou Nietzsche. Neste mundo há horrores demais, sofrimento demais, injustiça demais - e muito pouca felicidade - para que a ideia de um Deus todo-poderoso e infinitamente bom seja aceitável. 
     Não  sei  se  você  vem  sendo  levado  a  algum  antro do chamado "pentecostalismo" para assistir aos gritos histéricos de exploradores da credulidade de um rebanho de alienados. Assim que eu retornar ao Brasil, no fim deste ano, gostaria de conversar muitas vezes sobre esse assunto com você. Não pretendo, em hipótese alguma, doutriná-lo no ateísmo. Se você tiver uma fé autêntica, não há nenhum problema. Apenas há formas aceitáveis e formas inaceitáveis de vivenciar sua espiritualidade. No mínimo você precisa ter senso crítico para distingui-las. O fanatismo, a histeria, o histrionismo de palhaços de terninho e bíblia debaixo do braço, com um discursinho prêt-à-porter gritado ao som de uma bateria desafinada ao fundo para instilar o medo e uma esperança vazia são algo intragável sob qualquer ponto de vista. Mas nós teremos tempo e vagar para dialogar sobre isso.

domingo, 18 de setembro de 2016

O tempo da infância de cada um


     Fui  um  menino  que  cresceu  brincando  nas  ruas, numa cidade do interior de Minas. Aquela onde eu morava tinha  o sugestivo nome de rua Passa Tempo. Hoje ela está localizada num bairro próximo da área central, mas naquela época ficava na periferia extrema de Divinópolis, que era muito menor do que é hoje. Ao fim daquela ruazinha curta, começava uma região com mato e algumas pequenas fazendas. Havia tranquilidade e segurança nos espaços públicos e toda uma vida comunitária por todo lado. Eu jogava futebol todos os dias depois das aulas, soltava papagaio, descia ladeiras em carrinhos de rolimã. Tinha bastantes amigos e a proteção de minha mãe, que sabia de tudo o que se passava na vida de seus três filhos. Tínhamos sempre um cachorro ou um gato, ou os dois ao mesmo tempo. Era um menino pobre, mas vivia muito bem por fazer parte de um mundo que me acolhia e me respeitava.
     Você  vive  hoje  numa  das  maiores  cidades  do  mundo, possui uma quantidade enorme de roupas, sapatos, brinquedos e toda uma parafernália eletrônica. Não socializa-se o bastante nem mesmo com as pessoas do condomínio onde mora. Não pode nem pensar em brincar nas ruas, por causa da violência e da insegurança que tomaram conta do país e que são ainda mais intensas nas cidades grandes. Nunca houve um animal no seu apartamento e sinto que você tem muitos momentos de solidão em seu quarto. Não desejo fazer uma comparação entre a minha infância e a sua, que tem muitos aspectos melhores que a minha. Por exemplo, sua educação escolar é bem melhor que a que tive, você já sabe nadar muito bem, tem aulas de violão e taekwondo, possui uma desenvoltura com as novas tecnologias que eu não tenho. Além disso, tem acesso a dentista, psicólogo e bons hospitais sempre que precisa. Nenhuma das duas infâncias é melhor que outra. São apenas diferentes e fazem parte de contextos históricos e sociais distintos.
     Em dezembro, quando eu voltar ao Brasil, quero levá-lo para passar ao menos duas semanas em Divinópolis, na casa de minha mãe. Quero que você viva um pouco da minha infância e quero também viver um pouco da sua. Vamos fazer muita coisa juntos.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Histórias de cá e histórias de lá

     Há  cinco  anos  morando  em  terra  estrangeira,  de  vez em quando gosto de brincar com as pessoas daqui, inventando histórias de costumes, gente e coisas do Brasil com a finalidade específica de causar-lhes forte impressão. E quando vou ao Brasil invento histórias daqui para impressionar os brasileiros, especialmente minha mãe.
     De  vez  em  quando  conto  a  meus  alunos  e  meus amigos ingleses que no Brasil os rapazes, quando chega o momento de entrarem na vida adulta, têm de passar por um rito de iniciação que consiste em atravessar a nado um rio cheio de piranhas. Para dar autenticidade à história, mostro algumas cicatrizes que tenho pelo corpo, afirmando que foram mordidas do abominável peixe. Gosto de ver a cara de perplexidade que eles fazem e seus comentários. Consideram aquilo o máximo da virilidade.
     Quanto a minha mãe, conto-lhe que os ingleses comem carne de cavalo e que, como estou vivendo entre eles, também o faço regularmente. Costumo mostrar-lhe os meus braços e perguntar-lhe se ela já reparou que estou ficando mais forte e meio musculoso. A explicação: é a carne de cavalo. Também gosto de ver a cara que ela faz, bem como seu comentário: "Você não tem dó, não? Um bicho tão dócil!". E também lhe conto que falei mal da rainha, numa entrevista para um jornalista, e que ela não gostou, tendo ameaçado me mandar sair do país. Olho para minha mãe, e lá vem uma cara de indignação, com ela balançando a cabeça de um lado para o outro: "Deviam cortar sua língua e jogá-la para os cachorros!".
     Vou pensar em algumas histórias para lhe contar quando nos encontrarmos, em dezembro.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Um jardim mortífero


     Uma  vez  escrevi  um  conto  em  que  um  dos personagens, inspirado em alguém que conheci há vários anos, diz que "os orgulhosos cultivam o próprio jardim de tristezas". Se há quem cultive esse infame jardim metafórico, eu não imaginava que no plano das coisas factuais também há jardins nocivos. É o que encontrei ontem no norte da Inglaterra, numa cidadezinha chamada Alnwick, perto de Newcastle. O Poison Garden, que se apresenta como sendo o jardim mais perigoso do mundo, possui mais de cem espécies de plantas venenosas, tóxicas, alucinógenas e soníferas originárias de várias partes do mundo. Algumas são tão perigosas que ficam isoladas dentro de jaulas, para que algum curioso não venha a tocá-las ou cheirá-las. Animais são proibidos no interior do jardim, e crianças não podem sair do controle dos pais em nenhum momento. Os guias do Poison Garden mostram de longe algumas plantas bonitas e bastante atrativas, mas que podem matar ou deixar alguém muito doente se forem simplesmente tocadas ou tiverem seu pólen aspirado. O local é muito bem cuidado por jardineiros que diariamente realizam ali seu arriscado trabalho de adubar, aparar, aguar, replantar e proteger as atrações do jardim, que possui este portão não muito convidativo.
     Foi  uma  tarde  diferente  num  lugar  um  tanto  exótico. Como já estamos no dia seguinte a minha visita, e estou me sentindo muito bem, tudo indica que saí ileso dessa aventura. 

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Sua linguagem

     Tenho  em  algum  lugar  na  memória  de  meu computador um pequeno filme de quando você tinha apenas dez ou onze meses. Deitado num carrinho, ao ouvir meus passos no corredor da casa, há a pronúncia de um incerto "papa". Quando chego, há novamente a pronúncia de um "papa" com a primeira sílaba mais forte. Por fim, você me estende os braços e pronuncia novamente o "papa" em tom suplicante, para que eu o pegue. Através do uso da primeira palavra que você falou, em pouco tempo já estava empregando entonações para supor, confirmar e pedir... com apenas uma palavra.
     Hoje  você  possui  uma  linguagem  muito  desenvolvida e muito variada. Lê bastante, escreve bem e já está estudando línguas estrangeiras. Sei que evita sempre o palavrão e a vulgaridade. Na semana passada, tive uma ideia do quanto está fazendo bom uso das palavras para organizar sua vida, influenciar pessoas e navegar através da complexidade deste mundo. Como às vezes você passa muito tempo sem fazer contato, acabei lhe passando um tremendo esculacho. Preferi fazer isso por meio de uma carta virulenta. Dias depois recebo uma resposta que me desarmou:

Querido pai,

     Recebi sua carta e, sim, assumo meu erro.
     Estou  muito  triste  porque  não  pude  te  ver  este  ano. Assumo meu erro de não ter conversado ultimamente com você, mas gostaria que soubesse que te amo mais que qualquer pessoa no mundo, porque sei que, sem você, não teria existido.
     Desculpe  por  minha  falta  de  respeito. Espero  que  eu possa recuperar a confiança perdida com o tempo.

          Um beijo do filho que nunca vai te esquecer,
                                                                          Arthur

     Não  bastassem  a  pureza  e  a  dignidade  das  ideias,  lá estão a clareza, a concisão, a fluidez, o tom e o ritmo corretos, a argumentação coerente, a pontuação perfeita. Como não perdoá-lo?

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Um menino em Aleppo, outro em São Paulo


     Na  semana  passada,  uma  fotografia  de  um  menino sírio resgatado sob os escombros de um prédio, depois de um bombardeio na cidade de Aleppo, no norte do país, apareceu na primeira página de milhares de jornais pelo mundo. Lendo a notícia, ficamos sabendo que seu nome é Omran Daqneesh, que ele tem cinco anos, que seus pais sobreviveram ao ataque, mas que um de seus irmãos morreu no hospital, alguns dias depois.
     Não  há  palavras  capazes  de   exprimir  o  sentimento provocado por essa imagem. Apenas as lágrimas são uma resposta possível a esse olhar que está nos interrogando, talvez nos dizendo silenciosamente: "Vejam o que fizeram comigo". Com os pés descalços, as feridas nas pernas, o corpo coberto de poeira, o cabelo desarranjado e um grande corte sobre o olho esquerdo, que sangra abundantemente, ele está confuso e atônito, sem saber o que fazer, sem conseguir sequer chorar. Em sua camisa está estampada a figura de um personagem de desenho animado americano, e ele usa um short de criança que talvez estivesse brincando na sala de sua casa algumas horas antes de a bomba cair sobre sua rua.
     Como  os  jornalistas  sempre  fazem  um  recorte  muito superficial da realidade, nas diversas coberturas do acontecimento falta sempre uma contextualização mais ampla, um histórico qualificado da guerra, a história das pessoas comuns envolvidas e, principalmente, uma reflexão sobre a barbárie humana. 
     Os  gregos  antigos  costumavam  reunir  uma  vez  por ano, para assistir a um festival em que eram apresentadas as tragédias, obras teatrais que faziam parte das celebrações em homenagem ao deus Dioniso. Nelas havia sempre dois lados que se chocavam num conflito insolúvel em que ambos tinham razão. Os eventos catastróficos que elas apresentavam provocavam compaixão pelos grandes seres humanos que se viam nos palcos sendo destruídos por um destino insondável do qual não podiam escapar, embora estivessem corretos naquilo que defendiam, e medo pela consciência de que aquilo que os espectadores ali assistiam poderia vir a lhes acontecer. Isso fazia com que  os gregos do século V a.C. realizassem, ao menos uma vez por ano, uma profunda reflexão sobre o sentido da vida. Hoje em dia, através do noticiário, somos expostos todos os dias à catástrofe que atinge muitos seres humanos que vivem geralmente distantes de nós. Porém, em nosso caso, costumamos sofrer apenas um breve impacto, que dura apenas até o momento em que outra imagem chocante, possivelmente já no dia seguinte, nos caia diante dos olhos. Nosso sentimento é de uma indignação superficial e passageira, sem nenhuma reflexão sobre o sentido de tudo aquilo. No calamidade que atualmente atinge a Síria, estamos diante de uma espécie de antitragédia, pois nenhum dos lados têm razão. De um lado um tirano, de outro um amontoado de fanáticos religiosos, de outro um grupo étnico sem Estado próprio que se espalha por vários países da região. Todos estão praticando as maiores infâmias, utilizando armas químicas, realizando execuções sumárias com uma crueldade extraordinária. Participam desse horror e por ele também são responsáveis as potências imperialistas ocidentais, que gostam de posar como paladinos da democracia e dos direitos humanos, além da Rússia, da Turquia, do Irã e da Arábia Saudita. Revivendo a Guerra Fria, que tanta desgraça causou ao longo do século XX, o país de Walt Whitman e Scott Fitzgerald fornece armas e dinheiro aos fanáticos fundamentalistas, e o país de Tolstoi e Dostoiévski dá suporte ao tirano. 
     Na  foto  do  menino  Omran,  importa  também  o  que está por trás, o que ela não mostra: a indiferença internacional por cidadãos de um país desprestigiado, os corpos despedaçados pelas bombas ou torrados pela guerra química, os degolamentos sumários praticados por todos os lados em conflito, a infraestrutura do país arrasada e a condenação de quase toda uma população à miséria, a destruição de uma civilização milenar e de um patrimônio histórico que pertence a toda a humanidade. Em meio a tudo isso, porém, não há como não se comover com crianças submetidas ao trauma das bombas a explodirem sobre suas casas, da orfandade desprotegida após o assassinato de seus pais, das péssimas condições dos campos de refugiados nos países vizinhos, da perigosíssima travessia do oceano em embarcações muito precárias, das violências que sofrem em terra estrangeira, quando conseguem chegar até lá.
     Você  é  hoje  um  menino  de  11  anos  vivendo  na relativa segurança e no conforto de sua vida de classe média na cidade de São Paulo. Embora seja um garoto muito saudável, bem alimentado e dado à prática de esportes, sempre que o encontro tenho uma noção muito clara de sua fragilidade, do quanto tem de ser protegido dos males do mundo, dos perigos da natureza. Assim como obviamente desejo vê-lo crescer em segurança, gostaria também de vê-lo cultivando sempre os valores da gentileza, do respeito às outras pessoas, da cultura que lhe proporcionará um repertório humano mais qualificado, da democracia que neste momento está sendo tão vilipendiada no Brasil, onde a realidade de tantas crianças, por certo a maioria delas, ainda é muito diferente da sua. Jamais aceite a mediocridade, a injustiça, a desumanização como coisas normais. Nada nos garante que estamos livres dos horrores que hoje assistimos em lugares como a Síria. Aliás, já faz parte do nosso dia a dia toda uma antologia de horrores de outra natureza que assustariam os próprios sírios.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Tabloides ingleses


     Ao  passar  por  livrarias,  supermercados,  aeroportos  e estações de metrô, não consigo deixar de esticar os olhos para os tabloides ingleses, com suas manchetes de primeira página berrando para atrair nossos olhos. São publicações de baixíssimo nível, ultrassensacionalistas e ultrarreacionárias. Mas, como o exagero costuma descambar para o cômico, de vez em quando até gosto de folhear algum deles para assistir, em suas páginas, ao desfile do grotesco, do vulgar, do chocante, do insólito e da mentira. Algum desavisado que os lesse e acreditasse no que ali se publica, só poderia concluir que já chegamos ao fim do mundo, que a natureza é definitivamente nossa inimiga, que estamos todos em guerra contra todos, que uma multidão de bárbaros habita as nossas cidades, que é só pôr os pés nas ruas para estarmos expostos aos crimes mais hediondos, que os políticos só fazem chupar o nosso sangue, que pessoas famosas vivem numa orgia constante, que degeneração da nossa espécie está escorrendo pelas paredes. Quando acontece alguma catástrofe, imagino os jornalistas nas redações dessas publicações a esfregarem as mãos, pois terão um tema escabroso para explorar ad nauseam.
     Os  donos  desses  veículos  de  imprensa  são  barões  da notícia que vivem em conluio com o que há de mais retrógrado nas forças políticas. Ajudando a fomentar o medo e a indignação vazia, contribuem para pavimentar o caminho para que políticos messiânicos e populistas cheguem ou se mantenham no poder. Ao menos esses tabloides possuem a sinceridade de serem abertamente vulgares, pouco sérios e mesmo risíveis, contrastando com a pseudossofisticação das Folhas de S. Paulo da vida. Isso para não falar lixo jornalístico televisivo.