Quando caminho pela cidade, gosto de reparar nessas placas que marcam casas onde moraram grandes personalidades que viveram em Londres. Nesta, que fica em Belgravia, do outro lado do rio, morou uma das maiores figuras que a humanidade já produziu e ali ele compôs sua primeira sinfonia aos oito anos. Aos oitos anos! Não é incrível? Se o homem é um animal que está entre o que há de mais sublime e o que há de mais bestial neste mundo, participando de ambos, alguns de nós tendem muito para um dos lados, tal como o augusto menino de Salzburgo.
Seria muito bom se nossas cidades também reverenciassem assim os grandes homens e as grandes mulheres que nelas viveram. Pelo que sei, apenas o Rio de Janeiro faz isso um pouco. Mas algo assim já toca as raias da utopia num país cujo Estado ainda é tão precário, cujo sistema de educação é tão desastroso e onde tantos homens públicos nos envergonham a cada dia que passa. Fomos nós mesmos, porém, em nossa experiência histórica, que criamos este estado de coisas. Ele pode ser mudado, e podemos trabalhar para que as coisas se transformem, ainda que devagar.
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