quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Um ano bom


     Retorno  para  casa  na  noite  deste  último  dia  do  ano de 2015. Daqui a pouco começará uma queima de fogos de artifício nas margens do Tâmisa, junto às Casas do Parlamento. Quando der meia-noite, irei até a sacada do apartamento onde moro e darei uma olhada para aqueles lados.
     Já  estou  com  a  cabeça  em  2016  e  no  Brasil,  para onde viajarei no dia 3. Desejo reencontrá-lo, para realmente celebrar o Ano Novo com nosso futebol, nosso almoço num bom restaurante e nossas pequenas aventuras por São Paulo. Levarei ainda uma surpresa para você.
     Este foi, para mim, um ano sem grandes perturbações, tendo eu vivido muitas horas felizes. Nos poucos e breves momentos em que estivemos juntos, pudemos conversar, nos divertir, simplesmente fruir a alegria de estarmos juntos depois de longos intervalos.
     Que em 2016 meu menino continue se desenvolvendo como um rapazinho inteligente e de bom coração. E que comece a despertar sua consciência para os problemas do nosso país e da nossa sociedade, afastando-se do reacionarismo da classe mediana de São Paulo. Principalmente, que possamos estar mais próximos e nos reencontrar com mais frequência.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Natal sozinho e distante

     Jamais  havia  tido  um  Natal  tão  solitário,  ficando assim sozinho em casa enquanto lá fora faz frio, venta e cai uma chuvinha fina. É a primeira vez que passo o fim de ano longe de todos. Mesmo quando morei nos Estados Unidos e passei um Natal por lá, viajei para a região de Nova York, onde morava meu tio Wilson. E lá participamos das celebrações natalinas com uma família ítalo-americana de amigos dele.
     De todo modo, tenho feito muitas coisas. Pela manhã saí para correr, li umas 50 páginas de uma biografia de Tennessee Williams e finalizei a escrita de um conto em que vinha trabalhando durante esta semana. Também cozinhei o almoço em casa. Daqui a pouco irei levar minha bicicleta para um conserto e também comprar uma mala para minha viagem ao Brasil no dia 3. 
     Sinto sua falta. Telefonei-lhe na noite de ontem, mas não consegui falar com você. Certamente estará bem. Quando nos encontrarmos, em janeiro, vou levar-lhe uma surpresa.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Um conto de Natal

     Não  pude  ir  para  o  Brasil  a  fim  de  passar  este Natal e o dia de Ano Novo junto com minha família e meus amigos. Depois de todos estes anos longe, é a primeira vez que isso acontece. Muito especialmente, estou triste por não poder vê-lo nestes dias, como acontece todo ano. A noite de hoje será triste, fria e solitária.
     Mas  penso  agora  num  Natal  que  passamos  juntos  e rio sozinho. Era 2009 e foi a última vez que você veio passar uma breve temporada comigo. Fomos para a casa de minha mãe, em Divinópolis, onde ficamos cerca de dez dias. Você estava feliz, brincando muito, jogando futebol com os meninos da vizinhança e passeando na chuva.
     No  Natal  propriamente,  no  auge  dos  seus  quatro anos, nos preparamos com ansiedade para a vinda do Papai Noel. Na noite do dia 24 de dezembro, antes de você dormir, eu lhe disse para colocar na janela, do lado de fora, alguns biscoitinhos e um copo de água para nosso visitante noturno. Então fui colocá-lo para dormir, e ficamos especulando sobre que presentes lhe seriam trazidos.
     Quando  você  dormiu,  fui  até  a  janela,  joguei  fora mais da metade da água do copo e esfarelei um pouco dos biscoitos, retirando-os de lá. Coloquei, então, seus presentes ao pé da janela. Na manhã seguinte, dia de Natal, quando você acordou, pedi-lhe que fosse até o lado de fora para ver se o Papai Noel havia vindo e se ele havia lhe deixado algum presente. Então você pulou da cama e correu para verificar o que se passara no meio da noite. Fiquei no quarto, esperando para ver qual seria sua reação. Foi quando ouvi seu grito animado e os passos apressados de sua corrida de volta até o quarto, para o deleite de minha mãe e minhas irmãs:
     - Papai! Ele comeu tudo!!!
     Seus presentes quase nem foram percebidos.
     De vez em quando, ao lembrar essa história, algumas pessoas costumam ficar escandalizadas pelo fato de eu haver mentido a meu filho, fazendo-o acreditar na existência do Papai Noel. Ora, nem parece que todos nós estamos expostos todos os dias a grandes e descaradas mentiras por parte de políticos, jornalistas, vendedores e até de pessoas próximas em quem confiamos. A mentira sobre Papai Noel foi algo inocente que fez parte de um período de sua vida quando era realmente o tempo de acreditar nele. Abominável é privar a criança da imaginação e do sonho.
     Hoje,  aos  dez  anos  e  às  vésperas  da  adolescência, você não crê mais em Papai Noel. Mas sei que, como eu, lembra-se com carinho da noite em que ele comeu todos os biscoitinhos e bebeu o copo d'água que deixamos na janela do quarto.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Escalafobético

     Está no dicionário:

     escalafobético:  aquele  que  se  comporta  de  maneira excêntrica, esquisita, extravagante; que demonstra falta de jeito, de aprumo, de elegância; desengonçado, desconjuntado, maljeitoso.

     Pensei  hoje  na  estranha  palavra  ao  receber  uma mensagem de meu amigo Doc, propondo um almoço comigo para janeiro, quando eu estiver em São Paulo. Gosto de encontrá-lo, pois ele é sempre surpreendente e divertido. Lembro-me de uma vez em que Doc, depois de passar muitos dias quebrando a cabeça em contas escalafobéticas, surgiu brandindo um grosso caderno e dizendo, exaltado, que havia conseguido provar matematicamente a existência de Deus e que se tornaria famoso por isso. 
     Pedi  então  para  analisar  seu  revolucionário  modelo matemático. Abri o caderno com sua infindável sequência de fórmulas e números, não entendendo bulhufas do que estava rabiscado ali. Mas dei o veredito definitivo, falando com seriedade: "Doc, infelizmente preciso lhe dizer que há uma falha no seu modelo". Com olhar incrédulo, ele exclamou: "Não é possível!" E pegou o caderno de volta, levando-o para casa, a fim de rever sua aritmética divina.
     Uma  semana  depois,  Doc  bate  à  minha  porta. Quando abro, ele me abraça, emocionado, e me agradece efusivamente, pois eu havia evitado que ele se expusesse ao ridículo perante o mundo. Afinal, havia de fato uma falha em suas contas, que precisariam ser refeitas.
     Os  anos  correram,  e  ele  nunca  mais  falou  em  seu modelo matemático que provaria a existência de Deus, embora tenha passado uma outra fase tentando criar o moto-contínuo, o que os maiores cientistas da história afirmaram ser impossível. Mas isso não impediu nosso moderno alquimista de dedicar-se por algum anos à realização da máquina de movimento perpétuo que se movimentaria para sempre com a energia gerada por seu próprio movimento.
     Com  toda  a  sua  maluquice,  Doc  é  uma  das  pessoas mais inteligentes, mais honestas e mais generosas que já encontrei por este mundo. E a história mostra que são indivíduos como ele que costumam criar algo realmente grandioso, inovador e duradouro. Ele me faz lembrar estes versos de Walt Whitman, na tradução de Geir Campos:

     Que passe para trás quem se achava na frente,
     que passe para a frente quem estava atrás,
     que os doidos, apaixonados, sujeitos mal-comportados,
     encaminhem novas proposições,
     que sejam postas de lado as proposições antigas,
     que um homem busque o prazer em toda parte
     exceto nele próprio,
     que uma mulher busque a felicidade
     em toda parte, exceto nela própria.

sábado, 19 de dezembro de 2015

Viagens


     Em  virtude  de  problemas  burocráticos  e  profissionais que estou enfrentando, não poderei ir ao Brasil para passar este Natal e o dia de Ano Novo. No entanto, somente hoje pude saber que no comecinho de janeiro isso será possível. Embora seja triste ficar este período do ano longe de você, de minha família e de meus amigos, estou feliz por poder reencontrá-los alguns dias mais tarde, já no ano que vem.
     Por falar em viagens, nos últimos anos tenho empreendido muitas delas, às vezes a trabalho, às vezes por interesse próprio, em períodos de férias ou de recesso no ano letivo. Através delas tenho encontrado pessoas e lugares com os quais tenho aprendido muito e vivido muitos bons momentos. Por todos os países por onde passo, sempre lhe mando um cartão-postal, muitas vezes manifestando o meu desejo de que você estivesse ali comigo ou imaginando o que você diria diante da cena ou da experiência que estou vivendo naquele momento. De todo modo, desejo no mínimo compartilhar com você aquela parte do mundo e as lições de partir. E como tenho partido no decorrer da vida!
     Espero  que,  como  eu,  você  possa  vir  a  ter  muitas oportunidades de viajar, ver o mundo e vivenciar experiências felizes em culturas diferentes da nossa. Melhor ainda será se tivermos a oportunidade de fazer isso juntos.
     Vou  agora  começar  a  preparar  as  malas para mais uma partida feliz para o seu abraço e algum tempo, ainda que curto, junto de você.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

As listras de um tigre

     Estou  lendo  aqui  O  Oitavo  Dia,  excelente  romance de Thornton Wilder escrito no final dos anos 1960, cuja ação gira em torno de um suposto assassinato ocorrido numa cidadezinha no interior dos Estados Unidos. Há pouco estremeci diante de uma passagem que, numa tradução rápida, seria mais ou menos assim: "É isso a vida? As crianças que crescem são deformadas por pais que, de várias maneiras, foram eles mesmos deformados pela cegueira, a ignorância e as paixões de seus próprios pais? E os erros mesmos de uma pessoa empobrecem e mutilam seus filhos? Eis aí o interminável encadeamento das gerações."
     Trata-se  de  uma  reflexão  perturbadora.  Sei  que  o próprio Wilder for "deformado" por um pai exigente e muito controlador. No meu caso, por mais que procure me diferenciar de meu próprio pai, de quem sou um crítico feroz e às vezes até injusto, muitas vezes me pego repetindo sua cegueira, sua ignorância e suas paixões. E talvez hoje eu esteja inconscientemente empobrecendo meu próprio filho e mutilando-o com minhas exigências e meu destempero. Embora ache que lhe dou espaço para ser você mesmo, viver sua infância e fazer suas escolhas, até mesmo pela distância em que estou, sei que minha personalidade forte e meu temperamento impulsivo, meu tom de voz incisivo e minha tendência a tomar a frente em tudo o que faço podem estar bloqueando algum campo de ação ou de desenvolvimento de sua personalidade. Mas como poderia ser diferente? Não se pode mudar as listras de um tigre.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Rabelo


      Já  estamos  respirando  o  Natal  por  todos  os  lados. Como parte das comemorações de despedida do ano, meus alunos me convidaram para uma noite numa churrascaria brasileira. Fui e, bem à maneira inglesa, após alguns discursos me exaltando, já que gostam de mim e de meu trabalho, deram-me um presente. Ao abri-lo, tive uma surpresa: uma camisa da seleção de futebol da Inglaterra personalizada, com um "Rabelo" gravado nas costas. Fiquei muito feliz e também discursei em agradecimento, elogiando o engajamento de meus alunos em seus compromissos acadêmicos e prometendo usar muitas vezes a camisa inglesa em meus jogos de futebol, aqui e no Brasil. E lhes disse que, quando reencontrar meu filho, vamos jogar juntos e tirar uma foto com nossos Rabelos gravados nas costas, pois lhe dei, há dois anos, uma camisa do Arsenal com nosso nome de família escrito na parte de trás. Será um fim de semana especial, longe da Inglaterra, mas com ela presente, agradecendo-a por haver me acolhido ao longo de todos estes anos e renovado a minha vida.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Uma carta e sua reza

     Neste  começo  de  semana,  logo  depois  do  café  da manhã, sento-me para trabalhar ao computador e dou com um e-mail seu dizendo que não estava respondendo minhas mensagens porque estava em época de provas na escola, mas que sempre se lembra de mim e inclusive reza por mim.
     Há  alguns  dias  lhe  enviei  uma  carta  pelo  Correio, desancando-o por sua atitude de ficar muito tempo sem fazer contato e me dizer o que anda se passando em sua vida. Mas agora o simples fato de saber que você reza por mim já me faz perdoá-lo automaticamente. Se pudesse, resgataria minha carta antes que ela chegasse a seu endereço em São Paulo.

domingo, 6 de dezembro de 2015

Palavrões



     Nesta semana lhe enviei uma carta em que, entre outras coisas, dou-lhe o conselho de não falar palavrões e evitar toda forma de vulgaridade. Talvez tenha sido a arte moderna que passou a utilizar palavras, gestos e imagens grosseiras para se contrapor ao chamado “bom gosto” e muitas vezes chocar o burguês. Mas como os limites vão sendo sempre levados mais longe, vivemos num tempo em que a vulgaridade assumiu o centro da cultura. Todavia, é óbvio que você não precisa e não deve se identificar com as tolices da nossa cultura ou do nosso tempo.
     Uma vez, quando eu devia ter seis ou sete anos, disse "bunda" perto de meu avô, patriarca de tempos antigos e de valores tradicionais. Ele ficou horrorizado e ameaçou lavar minha boca com água e sabão, dizendo que teria uma conversa muito séria com meus pais. Curioso como, pelo excesso de uso, aquela terrível palavra hoje perdeu todo o impacto e faz parte do vocabulário comum mesmo dos mais pudicos falantes de nossa língua.
     Em  meados do ano passado, levei-o para assistir a um jogo do Campeonato Brasileiro entre o Galo e o São Paulo, no Morumbi. Como não era possível ficar junto com os atleticanos, tivemos de assistir à partida entre os são-paulinos. À nossa volta havia um grupo de torcedores que urrava os mais cabeludos palavrões e fazia gestos extremamente obscenos, especialmente porque o Galo tinha mais volume de jogo e mantinha a posse de bola por mais tempo, o que os irritava. A certa altura, você me puxou a manga da camisa e disse: "Nossa, papai, esses caras não têm nenhuma educação, nunca devem ter frequentado uma escola!" E eu disse: "É verdade." Se meu avô Antônio Paulino estivesse ali, por certo levantaria as duas mão para o céu e diria: "É o fim do mundo!"
     Minha  mãe,  que  é  da  mesma  têmpera  de  seu  pai  e é uma das últimas pessoas que ainda se escandalizam no Brasil, costuma chegar em casa horrorizada quando lê palavrões pichados nos muros de Divinópolis. 
     Outro  dia,  relendo  Dom  Casmurro  para  uma  aula  de  literatura, dou de cara com o Mestre - que gostava de fazer referências à mitologia grega para esclarecer os dramas de seus personagens - utilizando um termo que se tornou modernamente um tremendo palavrão. Ele se referia à hoje conhecida como "caixa de Pandora", para não chocar pessoas como minha mãe.
     Nesta  semana,  li  nos  jornais  que  pesquisadores  de uma universidade britânica descobriram que dizer palavrões pode ajudar a aliviar a dor, mas apenas em pessoas que não xingam com frequência.
     De  minha  parte,  não  utilizo  palavrões  no  dia  a  dia. Naquilo que escrevo eles são ainda mais raros. Na maioria dos casos, acho-os simplesmente desagradáveis, capazes de transmitir uma imagem degradante de quem os pronuncia. Há algumas ocasiões, no entanto, em que não consigo resistir a dizê-los. Uma delas é no próprio futebol, quando erro um gol fácil. Outra é quando dou uma topada de cabeça ou tropeço em alguma coisa. Nessas ocasiões, eles se libertam quase automaticamente, como os males que saíram da caixa de Pandora. Mas curiosamente, ainda que eu passe o dia inteiro a falar inglês, nas ocasiões em que um palavrão não pode ser contido, ele é sempre dito em português. E realmente ele parece ter um efeito terapêutico, pois me desafoga e me acalma para as novas lutas bravas da vida. Mas o palavrão deve ser uma rara exceção em nosso modo de nos exprimir, para que não polua nossa linguagem nem transmita uma imagem muito ruim de nós mesmos. E como ele representa sempre um golpe fatal na pureza e no sublime, sempre o aconselho a evitá-lo.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Histórias de sua primeira infância

     Quando  me  exercitava  em  alongamentos  num parque perto de casa, hoje pela manhã, depois de correr, vi alguns meninos pequenos que por ali estavam com suas mães e seus brinquedos. Ao terminar os exercícios, enquanto voltava para casa, fiquei me lembrando de você e de algumas histórias engraçadas do tempo em que tinha 3 ou 4 anos, mais ou menos a mesma idade das crianças que brincavam no parque. Como daqui a pouco você já vai entrar na adolescência, costuma sentir uma pontinha de vergonha quando as conto. Mas vamos lá.
     Uma  vez,  quando  estava aprendendo a contar, você recitava: "...dezesseis, dezessete, dezoito, dezenove, dezedez"!
     Numa  outra ocasião, levei-o a um circo. No começo do espetáculo, um casal com pernas de pau cobertas por uma longa calça colorida veio caminhando para o nosso lado. Você os olhou de alto a baixo, virou-se para mim e me fez duas perguntas: "Por que eles são tão grandes assim?" e "Por que eles não têm pé?"
     O  destino  fez  com  que  no  mesmo  dia  estivéssemos brincando perto de uma fonte, na região do Teatro Municipal de São Paulo, quando um anão parou perto de nós. Você o olhou intrigado, tentando entender o que era aquilo, e comentou: "Que meninão pequeno!" Todos em volta, inclusive o próprio anão, começaram a rir.
     Um  dia  você  me  pediu  que  o  levasse  à  sauna  do condomínio onde eu morava. Decidi então levá-lo para ficar cinco minutos. Mas logo ao entrar, sentindo o calor intenso, você esbravejou: "Não, papai, isso aqui é quente demais! É um deserto!" E a experiência não durou nem dez segundos.
     Ao  ver  um  carro  vermelho  passar  velozmente  pela rua, comentei: "É o Relâmpago McQueen!". Ao que você respondeu, com sua entonação peculiar: "Mas ele não tem boca!"
     Uma  vez  levei-o  para me ver jogar futebol no time de minha faculdade, na USP. O jogo era contra o time da Faculdade de Engenharia, nosso rival. Sentei-o junto com nossos jogadores reservas. Por volta dos dez minutos de partida, fiz um gol de cabeça e corri para o banco, a fim de abraçá-lo. Você me abraçou e me beijou, mas se agarrou a meu pescoço e pediu, ou melhor, exigiu colo, querendo que eu voltasse para o jogo com você nos braços... Tive de ser substituído.