quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Machucado

     Ontem  à  noite  fui  jogar  futebol  com  um grupo de amigos com quem me encontro toda terça-feira para uma partida. Tudo ia indo muito bem num jogo muito disputado em que eu estava fazendo várias boas jogadas e alguns gols, quando, já pelo final, meu amigo John-Paul, que jogava pelo time adversário, me tocou nas costas quando saltei para cabecear uma bola. Deslocado, quando  desci e tentei apoiar o pé direito no chão, ouvi um "crack" e disparei a gritar de dor. Um primeiro pensamento foi o de que tinha quebrado-o. Tive de ir ao médico dali mesmo. Felizmente verificou-se que não havia fratura. No entanto, torci violentamente o tornozelo, que está agora muito inchado e imobilizado. Não poderei andar normalmente por cerca de duas semanas e talvez leve mais uma para poder voltar a me exercitar e a praticar esportes.
     Se  minha  mãe me visse mancando fortemente como estou agora, por certo repetiria uma de suas frases: "Futebol é uma doença incurável!". Para ela, arriscar-me nesses jogos amadores é "caçar chifre em cabeça de cavalo". Mas eu não tenho muita paciência para o frisbee, o frescobol ou o cuspe à distância, esportes muito mais seguros. Portanto, continuarei me arriscando no esporte bretão aqui na Grã-Bretanha.
     A propósito, minha mãe há de adorar uma história de Winston Churchill. Quando ele completou 90 anos, um repórter lhe perguntou qual era o segredo da longevidade. Ao que o primeiro-ministro britânico respondeu: "O esporte, meu caro, o esporte... Nunca o pratiquei."
     Pena que esse acidente tenha acontecido justamente quando o ano letivo está se iniciando, e precisarei dar as minhas aulas. Gosto de ficar de pé e transitar em meio aos alunos, mas terei de ficar sentado à mesa por algum tempo.
     Na  noite  de  ontem,  quando  estava  em  casa, sentindo muitas dores e aplicando compressas de gelo no pé machucado, gostaria que tivéssemos conversado, mas você não estava disponível. Eu lhe contaria como aconteceu e o aconselharia a tomar cuidado em bolas divididas e carrinhos dos adversários em seus jogos.
     Em  realidade,  sinto  falta de jogar com você, como fazemos duas vezes por ano, quando viajo ao Brasil. Não me importo nem de ser o seu goleiro, tendo de ficar ali, debaixo das traves, tendo de defender centenas de chutes e até cabeceios. Recebo sempre algumas boladas, pois seu chute está cada vez mais forte, mas tudo bem, preciso treinar meu filho.

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