sexta-feira, 10 de julho de 2015

Uma surpresa e uma expectativa em Riga


     Após  cruzar  o  mar  Báltico  e  passar  um  dia  na  Finlândia, retornei para o outro lado e estou hoje na Letônia. Estou muito surpreso com Riga, a capital do país, que é uma das cidades mais bonitas onde já estive. Tanto o centro histórico quanto as regiões modernas são muito bem cuidados. Há bastantes áreas verdes, o grande rio Daugava que cruza área urbana e o mar nas proximidades. A qualidade de vida me parece excelente. 
     Se não me engano, hoje é uma data nacional no país, e muitas crianças (bem como alguns adolescentes e adultos) estavam diante de um bonito Monumento à Liberdade, cantando e dançando canções típicas. Sei que esse costume de celebrações coletivas vem do tempo em que a Letônia era um país comunista, há poucas décadas. Mas o espetáculo me pareceu autêntico, entusiasmando de fato os participantes, algo muito diferente daquelas abomináveis festinhas juninas de nossas escolas, nas quais, quando menino, eu ficava constrangido naquelas roupas e chapéu de falso caipira, inclusive com dentes pintados de preto, para dar a ilusão de falhas.
     Sempre  penso  em  você  quando estou assim longe de casa, perambulando pelas ruas de países distantes, conversando com as pessoas locais e experimentando novos gostos, novos cheiros e novas cores. Neste momento de minha vida, tenho tido a sorte de poder fazer isso, algo com que sonhei muito durante a minha adolescência. Mas não imaginava que se daria na proporção em que está acontecendo agora. Desejo que você também tenha esta oportunidade um dia, quando for mais independente. Se possível, que ainda possa fazer isso comigo algumas vezes. Tenho muitas histórias para lhe contar acerca desses lugares.
     Mas  o  fato  é  que  estou  contando  os  dias  para o início do mês que vem, quando estarei em São Paulo e o reencontrarei após oito meses distante. Eu trocaria todos os lugares que conheço e os que ainda vou conhecer por nunca ter saído de perto de você. Porém a vida tem seus mistérios e suas crueldades, dos quais nenhum de nós escapa. O que importa é que, apesar de tudo, estamos bem e nunca deixamos de ser pai e filho, de nos amar e nos ter sempre como uma grande referência recíproca.

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