sábado, 4 de julho de 2015

A atual onda de racismo

     Leio  nos  jornais  brasileiros  que  uma  jornalista  de televisão, negra, recebeu ataques racistas na página da emissora na internet. No ano passado, um goleiro negro foi ofendido com gritos de "macaco" durante um jogo pela Copa do Brasil. Há alguns dias, fanáticos pentecostais atiraram pedras numa família de pessoas negras por elas praticarem o candomblé. Ainda recentemente uma madame da elite paulistana falava mal dos costumes, da música e da comida dos negros. Como dizia a canção de Haroldo Barbosa, "pra que discutir com madame"?
     Nos  últimos  anos,  temos  visto  um  recrudescimento do fascismo no mundo. Talvez só se possa explicá-lo como fruto de uma miserável ignorância, pois é sabido por quanta barbaridade e quanta infâmia ele foi responsável no decorrer do século XX. E é assustador ver políticos se elegerem com plataformas fascistas, jornalistas de extrema-direita celebrizarem-se por opiniões racistas, sexistas e homofóbicas, programas de televisão preconizarem soluções para os problemas do país que vão de encontro a toda uma tradição estabelecida a respeito dos direitos humanos.
     Quanto ao racismo em particular, talvez bastasse lembrar alguns de nossos negros que são o sal da terra: um Zumbi dos Palmares, um José do Patrocínio, um Luis Gama, um Cruz e Sousa, um Lima Barreto, um Mestre Bimba, um Pixinguinha, uma Eliseth Cardoso, um Leônidas, um Pelé e tantos outros. Mas contra a burrice não há argumentos. Esperemos a lei e o sistema jurídico simplesmente funcionem e enquadrem os imbecis.
     Vivendo  num  bairro  branquinho  de  classe média  de São Paulo, frequentando escola particular com colegas que reproduzem os valores pequeno-burgueses de seus pais, espero que você não esteja ouvindo estultices fascistas e que sua escola tenha uma postura clara contra elas. Eu ficaria muito irritado se soubesse que barbaridades dessa laia são ditas e praticadas perto de você.

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