sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Para não esquecer

     Neste meu último dia em Budapeste, visitei um museu chamado Casa do Terror, que conta a história das muitas infâmias que a Hungria teve de enfrentar ao longo do século XX, praticadas pelos regimes totalitários do nazismo e do comunismo soviético. Apesar de antagônicos politicamente, tais regimes foram parecidíssimos na sua essência e deixaram um legado de horrores que não pode ser esquecido. Por isso, apesar das histórias chocantes que vemos contadas nesses museus, eles são fundamentais e devem ser visitados. Como escreveu George Santayana: "Os que esquecem o passado estão condenados a repeti-lo". 
   Como nossa espécie pôde ser capaz de tanta monstruosidade! Na própria história do Brasil, pontuada por várias ditaduras, a tortura, o assassinato e toda sorte de horrores foram cometidos por fanáticos que se apossaram do Estado e eliminaram toda contestação através do crime. O pior é que não é difícil encontrar imbecis que defendem o autoritarismo como solução para nossos problemas. E ainda pior é não termos até hoje acertado as contas com os fascínoras de nossa última de ditadura, vários ainda vivos e em liberdade.
     Jamais se torne escravo de nenhuma ideologia, seja ela política, religiosa ou de qualquer âmbito. Jamais se fanatize por nada. Muito cuidado com lideranças muito fortes e muito carismáticas. Jamais siga a multidão. Questione sempre seus professores, seus colegas, a mim mesmo. A realidade e a verdade são construções sociais que precisam sempre ser reformuladas. Seja você mesmo, pense por você. Isso não quer dizer que não deva ter nenhuma ideologia. Eu mesmo sou claramente um homem de esquerda, que deseja ver a riqueza que o homem produz ser utilizada para promover a felicidade de todos. No entanto, jamais me identiquei com o jeito grosseiro e acéfalo de ser de esquerda nem jamais vou aceitar que a busca de igualdade seja feita ao custo da liberdade das pessoas, de sua massificação e sua desumanização, como infelizmente ocorreu no que um dia se chamou de "socialismo real".

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