segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Duas mãos em dois tempos

     Aqui mesmo já coloquei uma foto de nossas mãos quando você era um bebê. No sábado passado, quando nos encontramos, me veio a ideia de tirar outra foto como aquela. Sua mão triplicou de tamanho e já caminha para ser talvez maior que a minha, com a qual está muito parecida. Aliás, meus amigos de futebol, que não o viam havia cerca de três anos, comentaram que você está muito parecido comigo. No plano psicológico, no entanto, temos diferenças consideráveis, aparentemente a maioria delas em seu favor. Sou mais impulsivo, mais conflituoso e mais impaciente. Você é mais sereno, mais diplomático e sabe esperar. Com tais qualidades, pode ser que você seja mais mineiro que eu. Mas somos ambos emocionais, curiosos, ruminantes.
     É interessante observar a passagem do tempo e as mudanças que ela provoca. Como tenho passado longas temporadas sem vê-lo, sempre me surpreendo com a qualidade e a quantidade de mudanças por que você passa num intervalo de um ano. Talvez, a seu ver, ocorra o mesmo comigo. Mas em meio à inconstância do mundo, algo permanece: o amor que nos une e que se manifesta de forma tão sofrida na distância e de forma tão espontânea quando nos vemos. Só espero que nosso destino nos reserve um tempo em que ainda possamos estar juntos, recompensando-nos destes anos todos apartados em nome da ignomínia.

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