Quando você era um bebê, pouco tempo depois de nascer, sempre que algum amigo vinha nos visitar, eu gostava de brincar mostrando-o deitado no berço, enquanto dormia, e dizer: "Veja, ali está dormindo um revolucionário escritor, um controvertido diretor de cinema, um impetuoso centroavante". Claro que eram projeções de pai.
Em agosto do ano passado, quando o encontrei pela última vez, você me disse que gostaria de ser um alquimista. E há alguns meses, numa conversa à distância, disse que pretende ser chefe de cozinha. E quando me conta sobre seus jogos de futebol, embora não seja um centroavante, como eu, relata seus gols e assistências como meio-campo, revelando-se um excelente jogador. Seja o que for em que vier a se tornar, eu o apoiarei e saberei que o fará com amor. Neste momento, alegro-me pelo fato de minhas profecias de recém-pai já terem se realizado ao menos em sua atração pelas atividades criativas e pelo esporte.
Eu, que praticamente não tenho uma carreira e costumo navegar por umas três ou quatro profissões diferentes (professor, tradutor, editor, comerciante), gostaria que você tivesse caminhos mais fáceis, mais estáveis e mais rapidamente compensadores que os que tenho tido. Mas este não é o momento de tratar desse assunto. Que por agora você esteja apenas brincando, aprendendo bem as coisas básicas e desfrutando de seus 11 anos.
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