terça-feira, 15 de novembro de 2016

Despedida

     Nestes  últimos  dias,  tenho  estado  em  ritmo  de despedida. Na semana passada, almocei com minha amiga Ayley, nesta semana encontrei alguns de meus ex-alunos para um café e amanhã tomarei um vinho com o casal de amigos Jill e Conti. No sábado passado, um carpinteiro que trabalhava em outra casa onde morei e com quem eu partilhava meu almoço, quando cozinhava por lá mesmo, trouxe de sua casa um almoço que preparou, desta vez para partilhá-lo comigo antes de eu ir embora. Ainda no sábado, joguei futebol em Hackney, no nordeste da cidade, como tenho feito ao longo destes anos. Talvez tenha sido a última vez que encontrei os companheiros de bola daqui. Meu time ganhou de 6x2 e fiz 5 gols. Desconfio até que, para serem gentis e generosos em minha despedida, os adversários relaxaram na marcação e me deram muito espaço, para que eu pudesse jogar bem e fazer vários gols. Ao final, vieram me abraçar e desejar boa sorte. Ganhei até um beijo na testa, dado por meu amigo italiano Fonz.
     Embora  esteja  animado  com  a  volta  ao  Brasil  e  a perspectiva de estar próximo de você e participar mais de sua vida, sinto alguma tristeza ao me lembrar de tantas coisas boas vivi aqui e tantas pessoas marcantes que cruzaram meu caminho nesta etapa de minha vida. Quando corria à margem do rio Tâmisa, ontem à tarde, fui pensando nessas coisas a partir do momento em que ouvi "Gracias a la vida" ao telefone, cantada por Elis Regina. Tal como na canção, só posso dar graças à vida pelas oportunidades que tenho tido. Por muito tempo, quando fui estudante e pouco depois de me graduar, eu não poderia nem sonhar elas fossem acontecer.

Nenhum comentário: