Uma vez, viajando pelas imediações de Tiradentes e São João del-Rei, encontrei um misto de venda e lanchonete com fogão a lenha, "Uai-fi" e um pão de queijo estupendo. Como já vou caminhando para um ano inteiro longe de casa, de vez em quando me baixa uma saudade de nossa terra. É o que está acontecendo hoje, após uma semana de bastante trabalho e perambulações por esta ilha ao norte do mundo.
Minha mãe costuma dizer que tem dó de mim, obrigado que sou a enfrentar as loucuras de terras estrangeiras, o frio intenso, a solidão... Eu mesmo gosto de exagerar para ela a dureza da minha realidade, a fim de garantir sua solidariedade e suas orações para que os santos de seu catolicismo barroco velem por mim. Chego a reclamar que ela não me dá conselhos e me deixa ao deus-dará pelo mundo, para sua inevitável resposta: "Filho não está nem aí para o que a gente fala".
Num tempo em que tanto se cultua a felicidade obrigatória e ostensiva, continuamos muito mais a lutar contra a infelicidade que propriamente a buscar a felicidade. Nesta tarde calorenta do verão londrino, penso que eu estaria feliz em torno de uma mesa com minha mãe, você e minhas irmãs (com Pérola a nossos pés), tomando um cafezinho e conversando despreocupados, como fizemos tantas vezes. Se possível, em Minas, que permanece "onde sempre esteve".
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