Estava folheando há pouco um livro do cartunista Henfil, publicado em meados da década de 1970, quando corri os olhos sobre estas perguntas, que ele faz a propósito de dois tipos brasileiros: "Quem é mais gente, mais humano, um nordestino flagelado ou um paulista de pizza rodízio? Quem é mais recuperável? Quem ainda chora, ri, cheira feito homem?".
Como essas perguntas são atuais no momento em que vivemos hoje, quando tantos "paulistas de pizza rodízio" ocuparam o espaço público com sua inépcia e ajudaram a impulsionar o caos em que o Brasil mergulhou. Obviamente o "paulista de pizza rodízio" marca hoje a paisagem de todos os estados brasileiros, embora um deles venha se destacando pela mentalidade retrógrada e a ignorância política de sua classe média, a mesma que se empanturra nos rodízios de uma Vila Olímpia qualquer.
Desejo muito que você possa viver num mundo mais amplo, com contato com gente de diferentes classes sociais, com diferentes estilos de vida. Por isso, quando vou a São Paulo, costumo levá-lo a regiões da cidade onde você nunca esteve, colocá-lo para jogar futebol com meninos da favela próxima à USP, andar com você pela área central da cidade, para que tome consciência do problema dos mortos-vivos que perambulam por lá, em virtude da dependência das drogas. Por isso já não vejo a hora de você poder viajar comigo e ver um pouco da diversidade e da beleza deste mundo. Quero vê-lo crescer como uma pessoa consciente e um verdadeiro ser humano.
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