domingo, 29 de novembro de 2015

Depois de uma fotografia de Brassaï


     Hoje  fui  visitar  uma  exposição  de  obras  do  grande fotógrafo húngaro-francês Brassaï. Dentre as imagens, uma delas, intitulada em francês "Le marchand de ballon (l'enfant sourriant)", tirada em 1931, me chamou a atenção e imediatamente me remeteu a você. Quantas vezes o vi nesse mesmo fascínio gratuito e maravilhoso por um objeto que remete ao sonho, à brincadeira e à liberdade como um balão de gás a esvoaçar. Essa cena de Paris nos anos 30 se repetiu em manhãs de domingo na Praça do Santuário, em Divinópolis, na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, e em algum recanto do centro de São Paulo, quando passávamos fins de semana juntos.
     Lembro-me  de  uma  fotografia  sua,  tirada  por  mim, quando você tinha quatro anos, provavelmente a mesma idade do garoto da foto de Brassaï, em que meu menino do século XXI abre um sorriso muito parecido com esse da imagem, olhando para uma bola de futebol que chutei forte, para cima.
     Que  a  sujeira  do  mundo  e  os desencantos da vida jamais o façam perder esse sorriso e esse olhar.

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