domingo, 22 de novembro de 2015

Praga, Kafka e Adoniran

     Cheguei  em  casa  no  meio  da  madrugada,  tendo enfrentado um frio terrível e cruzado o caminho das criaturas da noite londrina, após passar os últimos dois dias em Praga, que é uma de minhas cidades favoritas em virtude de sua beleza, de sua qualidade de vida e de sua personalidade. A capital da República Tcheca é certamente um lugar aonde um dia retornarei com você e onde faremos muitas coisas interessantes dos museus à culinária, dos passeios descontraídos ao aprendizado de história e arquitetura.
     Nos  últimos  tempos,  tenho  pensado  muito  no  dia  de retornar ao Brasil neste fim de ano e também no dia de retornar em definitivo. Infelizmente tenho dúvidas sobre se de fato poderei passar o Natal que se aproxima em Minas, reencontrando-o em São Paulo alguns dias antes. É que tenho tido de me haver com a Imigração britânica, para resolver questões relacionadas a meu direito de viver e trabalhar aqui no decorrer do próximo ano. Pode ser que venham a segurar meu passaporte durante esse período, a fim de analisar meus documentos antes de me concederem um novo visto. Nesta semana, ao me relacionar com seus oficiais em seu complexo escritório, mergulhei na burocracia desumanizada e tive um dia que foi uma página de Kafka.
     Passarei  por  grandes  mudanças  no  decorrer  do  ano que vem. Tenho certa apreensão, mas estou tranquilo, pois há muito tempo minha vida tem sido uma ciranda de transformações radicais e sei que no fim das contas tudo se ajeita. Como filosofa Adoniran Barbosa, "mulher, patrão e cachaça, em qualquer canto se acha".

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