quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Um intervalo em Lisboa

     Parti  cedinho  de  Londres  e estou agora no aeroporto de Lisboa, esperando por duas horas até tomar outro avião para São Paulo. A proximidade de reencontrar as cores, os sabores, os cheiros e a gente do Brasil é sempre muito vivificante. Um desembarque ideal incluiria tê-lo no aeroporto esperando por mim, para me dar o seu abraço e o seu beijo. Mas isso não vai acontecer, pelo menos nesta noite. Esse abraço e esse beijo terão lugar no próximo fim de semana.
     Ao  chegar  em  aeroportos  por  este  mundo,  quase sempre sozinho, me dá certa inveja daquelas pessoas que são esperadas por alguém com seus nomes escritos num papel. Lembro que uma vez cheguei a São Paulo, e havia uma moça portando uma folha tamanho ofício onde estava escrito: "Zózimo, eu te amo para sempre!". Como conhecemos bem o brasileiro, é bem possível que o tal Zózimo, esperado em Guarulhos como quem volta da guerra, tenha ido apenas passar dois dias a trabalho no Rio de Janeiro. 
     Se  há  quem  fantasie  possuir  uma  ilha, uma Ferrari ou viajar pelo espaço sideral, a minha fantasia é algo bastante simples: ter alguém esperando por mim na área de desembarque do aeroporto com meu nome escrito num pedaço de papel. Nem precisa do "eu te amo para sempre".

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