sábado, 6 de junho de 2015

Seu discípulo

     Outro  dia  eu  mencionava  aqui  o  porco-espinho  de Schopenhauer. Hoje em dia, já tendo entrado pelos 40 anos afora, penso que viver é sempre essa interação  contínua com os outros em busca de adequação, ou melhor, de prazer e alegria. O adolescente melancólico e radical que fui continua vivo, mas agora aceita suas imperfeições e suas limitações como um porco-espinho que se ajusta ao homem de meia-idade cheio de responsabilidades em que agora se transformou.
     Vivemos  hoje  numa  cultura da reclamação, da denúncia, da culpabilização. Parece que nos tem faltado algo fundamental: a capacidade de admirar, de nos entusiasmar, de nos encantar. Nisso as crianças sempre têm muito a nos ensinar. E nisso tenho sido seu fiel discípulo.

Nenhum comentário: