Outro dia eu mencionava aqui o porco-espinho de Schopenhauer. Hoje em dia, já tendo entrado pelos 40 anos afora, penso que viver é sempre essa interação contínua com os outros em busca de adequação, ou melhor, de prazer e alegria. O adolescente melancólico e radical que fui continua vivo, mas agora aceita suas imperfeições e suas limitações como um porco-espinho que se ajusta ao homem de meia-idade cheio de responsabilidades em que agora se transformou.
Vivemos hoje numa cultura da reclamação, da denúncia, da culpabilização. Parece que nos tem faltado algo fundamental: a capacidade de admirar, de nos entusiasmar, de nos encantar. Nisso as crianças sempre têm muito a nos ensinar. E nisso tenho sido seu fiel discípulo.
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