terça-feira, 7 de abril de 2015

Um crepúsculo de folhinha



















     Estou  agora  no  aeroporto  de  Zurique,  retornando para Londres. Os suíços passam de um lado para o outro, arrastando-se ao peso de tanta organização, tanta previsibilidade e tanto formalismo... Tive um recesso de Páscoa no trabalho e viajei para o norte da Itália, onde fiquei por quase uma semana e encontrei minha amiga de infância Adriana, que hoje é também cidadã italiana, e seu companheiro Maurizio. Andei por Milão, Piacenza, Bologna, Pavia e algumas cidadezinhas localizadas entre estas cidades maiores. Quando o avião estava chegando, olhei pela janela e vi lá embaixo os Alpes, que ainda estão muito brancos, cobertos de neve. Tive a mesma vista de cima quando retornava para a Inglaterra, no primeiro trecho desta viagem com conexão na Suíça. Quanto à Itália, quando a visito sempre fico fascinado com a arte – especialmente a herança do Renascimento, que foi a época de ouro do país, ou das várias cidades-estado que compunham a península itálica na época – e as igrejas, pois muitas delas também são extraordinárias obras de arte. A comida italiana é também outro grande atrativo.
     Em  meu  primeiro  dia,  logo  que  cheguei,  andei com Adriana por algumas vilas circundadas por áreas rurais, enquanto conversávamos sobre muitos episódios vividos no tempo em que morávamos em Divinópolis. De repente, fomos parar às margens de um rio de águas claras, cercado por um bosque onde habitam muitas lebres e cabras selvagens. Ao fim da tarde, a lua já despontava no céu, oferecendo-nos este crepúsculo de folhinha.
     Enviei-lhe  um  cartão-postal  de Milão em que lhe falo de minha saudade de você e da expectativa de que chegue o dia em que poderemos viajar juntos. O mundo é tão vasto e há tanta coisa para ver! Sempre que me deparo com algo novo, original ou simplesmente diferente, penso no que você diria se estivesse ali. Pensei, por exemplo, no que diria diante da serenidade deste rio e dos animais que vivem nas proximidades. Ou dos tons avermelhados ao fundo e da lua cheia e branca que se destacava na parte mais alta desta paisagem.

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