Estou agora no aeroporto de Zurique, retornando para Londres. Os suíços passam de um lado para o outro, arrastando-se
ao peso de tanta organização, tanta previsibilidade e tanto formalismo... Tive
um recesso de Páscoa no trabalho e viajei para o norte da Itália, onde fiquei
por quase uma semana e encontrei minha amiga de infância Adriana, que hoje é
também cidadã italiana, e seu companheiro Maurizio. Andei por Milão, Piacenza,
Bologna, Pavia e algumas cidadezinhas localizadas entre estas cidades maiores.
Quando o avião estava chegando, olhei pela janela e vi lá embaixo os Alpes, que
ainda estão muito brancos, cobertos de neve. Tive a mesma vista de cima quando
retornava para a Inglaterra, no primeiro trecho desta viagem com conexão na
Suíça. Quanto à Itália, quando a visito sempre fico fascinado com a arte – especialmente
a herança do Renascimento, que foi a época de ouro do país, ou das várias cidades-estado que compunham a península itálica na época – e as
igrejas, pois muitas delas também são extraordinárias obras de arte. A comida
italiana é também outro grande atrativo.
Em meu primeiro dia, logo que cheguei, andei
com Adriana por algumas vilas circundadas por áreas rurais, enquanto
conversávamos sobre muitos episódios vividos no tempo em que morávamos em
Divinópolis. De repente, fomos parar às margens de um rio de águas claras,
cercado por um bosque onde habitam muitas lebres e cabras selvagens. Ao fim da tarde, a lua já despontava no céu, oferecendo-nos este crepúsculo de
folhinha.
Enviei-lhe um cartão-postal de Milão em
que lhe falo de minha saudade de você e da expectativa de que chegue o dia em
que poderemos viajar juntos. O mundo é tão vasto e há tanta coisa para ver!
Sempre que me deparo com algo novo, original ou simplesmente diferente, penso
no que você diria se estivesse ali. Pensei, por exemplo, no que diria diante da
serenidade deste rio e dos animais que vivem nas proximidades. Ou dos tons avermelhados ao fundo e da lua cheia
e branca que se destacava na parte mais alta desta paisagem.
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