"Uns tomam éter, outros cocaína.
Eu já tomei tristeza, hoje tomo alegria."
Cheguei há pouco de uma corrida de aproximadamente sete quilômetros pelo parque de Battersea, o bairro onde moro. Durante a corrida, fui ouvindo, com o telefone amarrado ao braço, o ator Juca de Oliveira recitando poemas de Manuel Bandeira. Cheguei em casa, e os versos acima, do poema "Não sei dançar", continuaram ressoando em minha cabeça.
A vida está longe de ser um parque de diversões, e às vezes somos confrontados com violentas perdas, fracassos e frustrações. Mas temos sempre de nos movimentar e buscar outros caminhos. A vida é também muito vasta e cheia de possibilidades. Se, como Bandeira, "hoje tomo alegria", em parte foi por haver tomado tristeza no passado e me ver obrigado a me reinventar, livrando-me do que me machucava, do que me diminuía. Continuo tendo problemas, eventuais fracassos, perdas e frustrações. Mas tomo hoje alegria, pois sei que tenho forças e criatividade para enfrentá-los. Estou bem de saúde, tenho podido fazer o que gosto, possuo alguns poucos mas bons amigos e algumas pessoas que me amam e se importam comigo. Tenho você.
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