Cheguei anteontem a Londres após uma longa viagem passando por Portugal. Ontem pela manhã já dei aula e tive uma reunião no meu departamento. À noite fui a um show de música brasileira em que predominava o choro. Fico sempre impressionado com a popularidade do Brasil por aqui. Havia muita gente. E me lembrei do cavaquinho que lhe dei de presente por ocasião deste último Natal.
Há alguns dias escrevi sobre certas frustrações que time no Brasil desta vez. Mas já estou sentindo falta de nossa gente e de nossas coisas. Me recordo de uma vez, quando eu morava nos Estados Unidos e, após ouvir uma execução de "Tico-tico no fubá", o genial chorinho de Zequinha de Abreu, uma amiga americana me perguntou qual era o significado do título dessa peça instrumental de fraseado tão exuberante e envolvente. Embora explicasse o que era "tico-tico" e "fubá", disse-lhe que para realmente entender o que "tico-tico no fubá" significa é preciso ser brasileiro - e brasileiro do interior. Eu, que muitas vezes vi esta cena quando criança, compreendo-a. Porém mais importante que entender "Tico-tico no fubá" - cujo título já é, em si, muito musical - é desfrutar de sua audição.
Tudo isso é apenas para dizer que, apesar de tudo, amo o Brasil, e onde quer que eu esteja, ele estará comigo.
Um comentário:
Te amo pai.
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