domingo, 18 de maio de 2014

Uma luz na noite

     "Se escrevo é talvez para não ficar só comigo, como acendemos um candeeiro à noite, quando temos medo." Assim escreveu Flaubert numa carta a sua companheira Louise Colet em dezembro de 1852. Sinto que lhe escrevo pela mesma razão. Um dia, quando você for mais maduro e tiver mais consciência das coisas, seguramente também não se sentirá sozinho ao saber que seu pai estará sempre a seu lado. E que, nesta etapa da vida em que ele está tão longe, nunca deixou de pensar em você, de desejar sua companhia e seu amplo sorriso por perto.
     Se lhe escrevo, sem dúvida é para acender uma luz na escuridão das circunstâncias que nos separaram e que têm nos mantido assim. Mas tudo está mudando o tempo todo, e a vida é muito vasta. Ainda chegará o dia de estarmos juntos. 

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