Ontem eu repassava uma série de fotos de você bebê, além de um filme em que aparece em seu primeiro dia neste mundo. Em várias imagens, estou pegando-o no colo com um olhar orgulhoso de recém-pai. Me lembro de algumas visitas ao hospital, a quem eu costumava dizer, apontando para você dormindo no berçário: "Ali está um polêmico diretor de cinema, um atacante do Galo e artilheiro da Copa de 2026, um imaginativo escritor...".
Comparando tais fotografias com as últimas que tenho de você, vejo como as coisas mudaram. Meu bebê se transformou num rapazinho esguio e de vasto sorriso. Na liberdade de seus nove anos, não tem idade para realizar aquelas atividades de que eu me vangloriava para as visitas, mas possui sensibilidade para as artes e é excelente jogador.
Hoje, quando algum amigo me pergunta por você, sigo falando com orgulho de seus talentos e sua inteligência. Para onde quer que deseje direcionar sua vida, espero poder dialogar consigo sobre suas possibilidades e apreciar suas realizações, ainda que o cinema, o Galo, a Seleção Brasileira ou a literatura venham a sofrer com a perda de suas habilidades, ainda que você fique fora do circuito da fama e do prestígio popular.
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