quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Dos sentimentos

     Relendo algumas passagens das coisas que lhe escrevo por aqui, me dou conta de que às vezes o sentimento transborda. Mas não me importa. A esta altura da vida, depois de tudo o que já passei, não tenho nenhum medo de parecer ou mesmo de verdadeiramente ser sentimental. Se num ensaio sobre algum tema literário, escrito em conexão com meu trabalho, tenho de tentar manter certo distanciamento, com você mantenho toda a proximidade possível. Jamais serei contido nem buscarei uma frieza sofisticada quando o assunto for meu filho. Aliás, para ser sincero, não faço isso em nenhuma outra situação. Pertencemos a um povo incandescente de paixão, que costuma viver de paroxismo em paroxismo. Isso tem sido nosso céu e nosso inferno. Mas antes ser assim a representar um refreamento afetado de bom-tom.

Nenhum comentário: