Revirando meu
computador no fim de semana, encontrei um poema que escrevi quando você tinha
um ano de vida, em 2006. Para meu azar, dei-lhe o título de “O filho eterno”, expressão
recorrente no meu texto e que pouco tempo depois apareceria como título de um
excelente romance de Cristóvão Tezza sobre a relação de um pai com um filho com
síndrome de Down. Nele eu trato de nossa relação, de sua liberdade e sua
pureza, arrematando-o com uma expressão que dialoga com o final de um poema de
Drummond sobre um filho que ele não chegou a ter. Aí vai o meu texto, cuja
leitura me emocionou nesta longa distância em que sou obrigado a manter de
você, consciente que estou de tudo o que estamos perdendo:
Passeando nos meus ombros
o filho eterno olha para frente
– a vida inteira diante de si.
Sobre Deus e o mundo conversa
o filho eterno, distribuindo por quês
para cada pequeno mistério.
Os olhos encantados, a vida plena
o filho eterno atira pedras na água
arrebatado pelas ondulações.
Corre o filho eterno pelos campos
pelas ruas, pelo tempo, pelos sonhos
– atravessa horizontes, fura o céu.
Brinca nos meus pensamentos
Ri seu riso solto no meu coração
O filho eterno faz-se por si mesmo.
Passeando nos meus ombros
o filho eterno olha para frente
– a vida inteira diante de si.
Sobre Deus e o mundo conversa
o filho eterno, distribuindo por quês
para cada pequeno mistério.
Os olhos encantados, a vida plena
o filho eterno atira pedras na água
arrebatado pelas ondulações.
Corre o filho eterno pelos campos
pelas ruas, pelo tempo, pelos sonhos
– atravessa horizontes, fura o céu.
Brinca nos meus pensamentos
Ri seu riso solto no meu coração
O filho eterno faz-se por si mesmo.
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