quinta-feira, 18 de abril de 2013

Das palavras

     Se lhe escrevo, é porque acredito no poder da palavra. Já lhe dei computador e telefone celular para conversarmos, mas eles foram desligados ou simplesmente não lhe foi permitido se comunicar comigo. Neste espaço que não pode ser desligado ou censurado por outra pessoa, escrevo também para lhe mostrar que jamais o abandonei. Mas obviamente este caminho de mão única não me satisfaz. Sinto falta de diálogo e interação com você, de simplesmente poder exercer meus direitos de pai. Mas a sordidez que já tive de enfrentar, a fúria que senti, a distância que estou de São Paulo, tudo isso tem contribuído para a sua orfandade.
    Sei que hoje você não lê o que escrevo. Nem o entenderia se o fizesse. Mas o tempo passará, você amadurecerá e terá mais consciência das coisas. E um dia receberá em plenitude essas mensagens lançadas ao seu futuro como garrafas no mar. E nesse dia talvez você possa avaliar o que aconteceu em nossas vidas e talvez possa ainda resgatar um pouco de tudo o que temos perdido.

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