terça-feira, 21 de agosto de 2012

O unicórnio


     No domingo passado estive em Hampton Court, que é um lugar lindíssimo nas proximidades de Londres. Na entrada do palácio de verão de antigos reis da Inglaterra, fica este unicórnio. E o palácio possui jardins lindíssimos onde vi muitos meninos correndo, brincando, alimentando os patos e os peixes nas lagoas. Naturalmente me lembrei de você e desejei que estivesse ali comigo. Eu o colocaria nos ombros - como você gosta - e nos perderíamos no labirinto que há no local, andaríamos por entre as flores e esculturas do jardim, lutaríamos na grama, disputaríamos corridas, brincaríamos de capoeira ou esconde-esconde.
     Há uma peça de teatro do americano Tennessee Williams, The Glass Menagerie, em que a personagem principal coleciona bichinhos de vidro. Seu favorito é justamente um unicórnio, símbolo de sua própria fragilidade que vem a ter o chifre quebrado no decorrer da ação, assim como ela também tem seus sonhos desfeitos. É mais ou menos assim que também me sinto numa hora como esta, mas sei que a vida dá suas voltas e que a fortuna é uma inconstante. Apenas prossigo minha vida tentando estar bem e agindo com ética e dignidade. É só o que me cabe por agora.

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