Fomos hoje a um açougue nas proximidades da casa de minha mãe. Quando entramos no estabelecimento, deparamo-nos com um açougueiro debruçado sobre um enorme dorso de boi, cortando-o com um prazer verdadeiramente erótico. Enquanto esperávamos para fazer o pedido encomendado por minha mãe (um quilo de acém e um quilo de alcatra), ficamos ali observando o trabalho daquele profissional que o desempenhava com verdadeiro amor.
Caminhando de volta para casa, não resisti a lhe perguntar novamente o que deseja ser quando crescer. Com sua camisa do Barcelona escrita Arthur nas costas, você respondeu que deseja ser jogador de futebol até os 32 anos e chefe de cozinha depois dos 32. Seja como for, um sujeito como seu pai, que enfrenta tantos conflitos com sua profissão e chega a desenvolver três ou quatro diferentes atividades simultaneamente, como parte do precariado que se formou hoje em dia, deseja que você jogue futebol com o élan daquele açougueiro, que crie pratos com a paixão daquele açougueiro.
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