sábado, 23 de janeiro de 2016

A melhor cidade do mundo


     Acabo  de  chegar  a  São  Paulo  bem  cedinho  na manhã deste sábado. Já recebi uma mensagem da casa de minha mãe, em Divinópolis, dizendo que Pérola tem ido até o quarto onde dormi nestes dias, procurando por mim. Andei permitindo até que ela dormisse no chão, ao lado de minha cama, já que ela queria me acompanhar o tempo todo. Vejo agora que há até dois ou três pelos dela no teclado de meu computador.
     Como  não  o  encontrarei  neste  fim  de  semana, tenho planos de futebol e jantares com alguns amigos paulistanos, além de ir até seu condomínio, para deixar-lhe alguns presentinhos que lhe trouxe. Tais amigos já estão me telefonando e certificando-se de que já cheguei nesta cidade infernal mas que amo muito. Se tenho certo sentimento de tristeza por não encontrá-lo desta vez, não vou perder a alegria de estar nesta selva urbana que fez tanto por mim e que tanto mudou a minha vida. Quando chamo-a de melhor cidade do mundo, meus amigos paulistanos costumam se espantar, rir e dizer que não estou falando seriamente.
     Para  este  fim  de  semana  que  começa, gostaria de ter como epígrafe uma fala de Jayme Ovalle a Vinicius de Morais, numa entrevista de 1953: "Todo mundo é criado com o dom da poesia, é só deixa de ser poeta porque perde a inocência. Quanto mais um homem cresce carregando consigo a sua inocência, maior poeta ele é. No fundo, esse pessoal que se torna banqueiro, ou senador, ou Presidente da República, só faz isso porque deixou de ser poeta, ou porque é poeta frustrado." Que meu menino, onde quer que esteja e por todas as idades, jamais perca a poesia e essa boa inocência.

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