quarta-feira, 9 de julho de 2014

Papo de bola

     Em tempo de Copa do Mundo no Brasil, passei o último fim de semana em Belo Horizonte, cidade onde você nasceu. Os dois anos em que vivi ali não foram muito felizes, mas ao menos estivemos muito próximos ao longo de seus dois primeiros anos de vida e partilhamos juntos muitas histórias e muitas brincadeiras. Escrevo, porém, porque uma coisa que presenciei na capital de Minas me fez lembrar de algo vivido com você em São Paulo há cerca de dois anos. 
     No domingo passado, peguei um ônibus para a cidade de Brumadinho, onde fica o Inhotim, misto de museu de arte contemporânea e jardim botânico. Perto de mim, alguns rapazes, entre eles um alemão, um indonésio, um singapurense e um com aparência de árabe conversaram todo o tempo em inglês, em alto volume, sobre futebol, as melhores seleções, os melhores jogadores, os acontecimentos marcantes da Copa do Mundo. Como sou um tímido, não entrei no debate. Durante o processo, me veio à mente um dia de sábado em São Paulo, em que o busquei para passar um fim de semana comigo. No meio de uma viagem de ônibus, começamos a conversar sobre quem era o melhor jogador do mundo naquele momento. Você dizia que era Ronaldinho, jogador que estava realmente bem no Atlético, e eu defendia que ele já fora o melhor, mas que naquele momento Messi era melhor. Um rapaz que nos ouvia entrou na conversa, defendendo que o argentino era o melhor dos dois, mas, apesar de estar em minoria e contra a posição de seu pai, você reafirmou que Ronaldinho era melhor. Até que outro rapaz nas proximidades posicionou-se a seu lado. E o resto da viagem foi essa mesa redonda improvisada. Gostei de ver sua autenticidade e sua opinião própria. Que possa manter esse espírito para o resto da vida.

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