segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Escrever é resistir

    Estive hoje na casa de Anne Frank, no centro de Amsterdã. Durante alguns anos, por ocasião da ocupação nazista, ela, sua família e alguns amigos judeus tiveram de viver escondidos ali, sem poder sair às ruas e contando com a colaboração e a proteção de amigos. Naquela casa, onde sofreu tantas privações, ela escreveu um diário que vai durar pela eternidade. Me lembro da comoção que tive ao lê-lo durante minha adolescência. Anne Frank encontrou na escrita uma forma de resistir e viver. Mas sua obra vai durar não apenas por isso, mas por haver sido escrita com beleza, testemunhando em profundidade o seu amadurecimento, a sua sede de saber, o sonho com um vida melhor que viria depois da guerra.
     Infelizmente um traidor, até hoje desconhecido, revelou aos monstros da extrema direita onde os membros da família Frank se escondiam. Eles foram presos e deportados para campos de concentração na Alemanha, em 1944, e Anne, aos 15 anos, veio a morrer de tifo sete meses depois, no campo de Bergen-Belsen, apenas um mês antes de sua liberação por tropas aliadas.
    Espero que, como Anne Frank, você utilize a sua sensibilidade para seguir em frente e sobreviver às situações difíceis que a vida lhe apresentar. Haverei sempre de conversar com você e de estimular sua sensibilidade e sua humanidade. O que conseguir realizar a partir disso, pode ter certeza, será o melhor que poderá obter da vida.

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