sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Crianças que sofrem

     Estou hoje em Bruxelas e amanhã partirei para Amsterdã. São as capitais de dois países dos mais estáveis da Europa. A propósito, cresci ouvindo dizer que os países europeus eram todos ricos e, em boa parte, igualitários. Pode ser que tenha havido uma época de ouro lá pelos anos 1960 e 70. Hoje, não é o que vejo toda vez que viajo pelo continente. Sempre encontro evidentes dificuldades econômicas e muitos despossuídos mendigando pelos locais onde passa muita gente. Hoje pela manhã mesmo, após uma noite muito fria, vi, no coreto de um parque na região central de Bruxelas, umas trinta pessoas ainda deitadas após terem passado a noite ali. Sempre fico revoltado com essas injustiças e jamais me acostumarei a elas. Mas fico entre comovido e indignado sempre que crianças estão entre esses abandonados. Tive uma infância muito carente no interior de Minas e conheço as marcas que isso deixa nas pessoas para sempre. E hoje tenho um filho, que felizmente tem as suas necessidades básicas resolvidas, mas o simples fato de tê-lo é suficiente para que eu me torne ainda mais sensível e solidário a esses meninos humilhados e ofendidos, que deveriam estar brincando em suas casas, estudando em suas escolas, jogando bola após comerem adequadamente. Num tempo em que a produção atingiu níveis tão elevados, é uma prova do fracasso da humanidade - ou ao menos dos poderosos de todos os quadrantes - o fato de haver tanta gente vivendo assim em praticamente todos os países.
      Espero que você jamais se acostume com a injustiça e lute sempre contra ela onde quer que venha a atuar. E no Brasil todos sabemos o quanto temos motivo para nos indignar e para lutar.

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