domingo, 23 de setembro de 2012

Dias de chuva

     Este é um domingo de chuva em Londres. Eu iria sair e fazer alguma coisa pelo centro da cidade, mas quando abri a porta vi que seria muito incômodo enfrentar uma chuvinha fina e um friozinho chato que durariam o dia todo. Diante disso resolvi ficar em casa com meus livros, alguma música e um filme.  E eu mesmo fiz o meu almoço sem pressa, uma boa experiência.
     Neste fim de tarde, penso em você e sinto saudade. E me vem à mente uma história em sua companhia num dia de chuva. Uma vez, em São Paulo, saímos para almoçar numa segunda-feira chuvosa de dezembro. Peguei-o no colo e saímos debaixo de um velho guarda-chuva. Íamos conversando e parando para olhar os ônibus que passavam sobre poças e atiravam longe a água ali acumulada, coisa com a qual você se divertia. E também parando para olhar a enxurrada adentrar pelos bueiros. De repente, veio um vento forte e virou nosso guarda-chuva pelo avesso. Além disso, ele escapou de minha mão e correu longe. Não sei se por causa do susto ou pela surpresa de se ver subitamente na chuva, você disparou a chorar. Corri para debaixo de uma marquise, acalmei-o e fui pegar o guarda-chuva de volta. E seguimos nosso caminho até o restaurante, com você no meu colo, falando bastante e me contando sobre sua visão das coisas. E sempre fascinado pelo que via pelo caminho.

Nenhum comentário: