quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Nossas lutas

     Num dia chuvoso em que dei aula apenas pela manhã, retornando para casa depois do almoço, repassei, num intervalo entre leituras, um vídeo seu que me foi enviado no fim de semana. Nele você dá chutes no ar, para me mostrar suas habilidades no tae kwon do, arte marcial que agora está praticando com entusiasmo. Quando me enviou esse vídeo, lhe perguntei se também não lhe interessava a nossa capoeira, e o interesse foi prontamente confirmado.
     Me recordo de nossas lutas na cama, ocasiões em que, desde muito pequenininho, você se empenhava para me vencer, o que quase sempre ocorria. Seu grande prazer aos três ou quatro anos era me jogar para fora da cama e depois se lançar sobre mim, no chão, onde a luta era finalizada.
    No fim do ano passado, nossas lutas tiveram uma inovação: uma fantasia de crocodilo e outra de leão que comprei em Londres e levei para o Brasil. Num sábado que passamos juntos em São Paulo, as duas feras africanas se digladiaram num duelo surreal. Mais uma vez, você, trajado de leão, levou a melhor...
     Tenho muitas memórias desses momentos e dessas brincadeiras. Elas me vêm à mente nesta noite fria em que estou sozinho no meu quarto, ao lado de minha cama, cuja grande superfície seria um ótimo ringue para mais um desafio em que, como sempre, o filho busca superar o pai.

Nenhum comentário: